Tecnologia, Informação e Resiliência em Saúde Pública

O ResiliSUS tem a missão de promover, por meio da investigação científica, a elaboração e o desenvolvimento tecnologias que fortaleçam a capacidade resiliente do Sistema Único de Saúde, o SUS. Criado no Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho/Fiocruz em 2017, o ResiliSUS tem entre seus valores a interdisciplinaridade, unindo as áreas de Engenharia e Informática ao campo da Saúde Coletiva, que permite a análise holística do SUS em seus diversos níveis, da gestão até a “ponta”, possibilitando o desenvolvimento de soluções inovadoras para a melhoria do funcionamento do sistema e fortalecimento das diretrizes fundamentais da Universalidade, Integralidade, e Equidade e Participação Social do SUS.

Em nível micro, o ResiliSUS objetiva apoiar a inovação em gestão e, tecnologia da informação. No nível macro, a produção científica e tecnológica do ResiliSUS visa desenvolver as habilidades resilientes do SUS de modo a contribuir para o aprimoramento contínuo do acesso aos serviços de saúde, aumento da aderência dos serviços às necessidades da população e aumento da resolutividade da assistência – ações que se demonstram ainda mais fundamentais em tempos de incerteza e radicalização. 

Deste modo, o ResiliSUS entende que os usuários são essenciais no fortalecimento do comportamento resiliente dos seus territórios, na medida em que a comunidade é elemento ativo na produção coletiva do cuidado à saúde. Sendo assim, estudar suas ações, percepções e práticas é fundamental para a produção de tecnologias aderentes e que melhorem a capacidade de adaptação. Logo, o ResiliSUS deve buscar de forma constante a construção social com usuários, trabalhadores da saúde, movimentos sociais e gestores dos diferentes níveis, para favorecer a apropriação da sua produção técnica e científica pela sociedade.  

Os sistemas de saúde estão usualmente sujeitos a pressões de demanda e perturbações pouco previsíveis, e o SUS possui particularidades que acentuam as dificuldades de lidar com esse cenário, como as grandes dimensões, diversidade e disparidades socioeconômicas do Brasil, estrutura de governança, financiamento, etc. Para isso é fundamental um desempenho resiliente, no qual trabalhadores, equipes e organizações monitorem o ambiente externo e interno, antecipem problemas e proponham soluções, aprendam com práticas inovadoras positivas, respondam e priorizem demandas, além de diversas outras ações para garantir o funcionamento regular dos serviços enquanto lidam com as pressões do dia a dia, assim como eventos disruptivos emergentes. Da mesma forma, ao considerar as pessoas protagonistas do cuidado, portanto, inseridas neste mesmo sistema, é essencial abordar a percepção social e identificar a forma com que a população reage e se adapta às situações adversas, além de entender como esses aspectos podem contribuir para uma saúde pública mais resiliente. 

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